O PARTO DA ESCRITA

O PARTO DA ESCRITA

Escrever é um parto!

A concepção das ideias é um prazer doloroso.

O tempo é o cruel genitor.

Tal como Cronos

Que devorava seus próprios filhos.

Mas deixemos os deuses gregos descansarem em paz...

Escrever é um parto

Cujo cérebro é um útero apertado

Fazendo as palavras nascerem prematuras...

Apressadas...

Escorregadias...

As vezes tortas!!!

E se o escritor não correr apressado

Para pegar papel e caneta, 

A bolsa rompe

E as palavras se perdem para sempre, 

Pois morrem no mundo das ideias!

JAIRO AZEVEDO

LONGA NOITE

O clima estava denso.

O ar estava tenso.

Era o peso na consciência.

A insônia deu-lhe um abraço apertado

E não mais o soltou.

A dor de cabeça deu-lhe um Oi

E a paz se foi.

Era o dia mal que havia chegado.

A noite iria ser longa... 

Mais longa que a língua de um fofoqueiro.

JAIRO AZEVEDO

FAZENDO CAFÉ

FAZENDO CAFÉ

Aquele cafezinho quentinho...

Feito no fogão a lenha

Ou no fogão a gás

Que seja no fogão elétrico

Ou até mesmo com a água esquentada no micro-ondas

O que importa é o aroma

Que desperta as mais  fortes recomendações da infância.

Aquele cafezinho quentinho,

Feito na aurora do dia,

Ou no crepúsculo.

Ah! Que vontade estou...

Ainda lembro-me a receita que mamãe me ensinou

(meio litro d'água,

duas colheres cheias de pó 

e quatro de açúcar.)

Vou ali fazer,

E se der...

Depois termino este texto.

Com licença, caro leitor!

(Jairo Azevedo)

TRÊS PONTOS

TRÊS PONTOS

Eram três amigos de infância

Com três pontos de vista diferentes

Mas este não era o problema

Já que eram as diferenças que os uniam

E os tornavam iguais

Não sei seu ponto, mas...

Palavra não faz curva e o papo é reto

E a reta,

Como diz a boa e velha Matemática,

É a menor distância entre dois pontos.

O plano para ser plano

Necessita de no mínimo três pontos,

Mas para isso,

Um ponto deve estar fora da reta.

Então o tempo separou os pontos

Amassou o plano

Quebrou a reta

E os três amigos não foram mais vistos juntos.

Ah, o tempo...

@ojairoazevedo

AMOR ELÁSTICO

Eles disseram “sim” um ao outro, 

Mas não trocaram alianças prateadas ou douradas. 

Em vez disso, cada um segurou uma ponta de um elástico amarelo, 

Daqueles que são usados para amarrar dinheiro, 

E puxaram! 

Fizeram um acordo: 

Ambos deveriam esticar o elástico até o limite,

Tomando o máximo de cuidado para não rompê-lo, 

Pois assim ambos se machucariam. 

Nenhum dos dois poderia soltar o elástico, 

Para não ferir o outro. 

E assim permaneceram. 

Mas havia alguns problemas: 

Nenhum dos dois conhecia o limite do elástico, 

Nenhum dos dois sabia o limite de suas próprias forças. 

Um dia, inevitavelmente, eles descobririam, 

Mas para isso alguém teria que se machucar, 

Um, ou o outro, ou ambos... 

E assim permanecem! 

JAIRO AZEVEDO

A SENTENÇA DA VIDA

A SENTENÇA DA VIDA

Havia a força geradora e havia o receptáculo.

Então houve o sopro e a vida surgiu.

Mas tão breve como o sopro a vida veio e foi. 

E o receptáculo tornou a ficar vazio.

Porém, dentro do receptáculo o tempo passava de uma forma totalmente diferente.

E a rapidez que o sopro surgiu e sumiu foi percebido como se passassem décadas dentro do receptáculo.

E o que a vida fez durante este período foi levado ao eterno tribunal.

No eterno tribunal a vida foi sentenciada a perambular na infinitude do tempo fora do receptáculo.

Entretanto, enquanto viver dentro do receptáculo era uma dádiva, viver fora era uma eterna tortura.

Seria justo ser sentenciado na eterna tortura a vida que não pediu para nascer?

Ah, e desde quando há justiça para a vida?

Ela é só uma vítima que foi empurrada receptáculo adentro e quando estava se apegando a ele foi arrancada sem dó nem piedade pelo tempo.

O tempo é apenas uma marionete da força geradora.

E a vida é apenas um sopro que tem o tempo como seu terrível e inevitável algoz.

JAIRO AZEVEDO

real ou ideal

 

real ou ideal

ele gosta de viver no mundo das ideias

daquele d’qual platão falou

cheio de cores

texturas

sabores

e amores platônicos

o mundo real é tão insosso

cinza ou quase sempre preto no branco

jairo azevedo

cicatrizes

cicatrizes

ela traz sobre o corpo as marcas da vida

o sofrimento foi seu professor

a dificuldade sua aliada 

ela dança na cara do medo

ri na cara do impossível

a ingenuidade treme diante dela 

e a fraqueza  é só uma piada sem graça 

quem a ela ousará desvendar

os céus e a terra clamam

quando ela passa

sua alma já está saciada 

quem a ela ousará enfrentar 

e a impedir comer do fruto proibido 

da árvore do conhecimento do bem e do mal 

se até a serpente a teme 

e rastejando foge calada 

mulher virtuosa

mas também tem suas crises 

poderosa

mas tem cicatrizes 

é dona de si 

o mundo se curva diante de ti 

@ojairoazevedo 

herrar e umano

 herrar é umano

minha filhinha de três anos

cometeu um erro

e ficou triste

então

disse a ela que tudo bem errar

todo ser humano comete erros

então ela errou novamente

de propósito

e disse

tudo bem né papai

eu ri

e disse

tudo bem

mas

errar de propósito é errado

ela olhou pra mim 

com cara de paisagem

ri novamente

ela riu 

e 

disse 

te amo papai 

@ojairoazevedo

solidão

solidão 

cá dentro de mim há um universo 

governado pela solidão

é uma poesia de um só verso

é um duelo entre sentimento e razão

é uma solidão que deseja abraçar o mundo

é uma chama que dança na inquietude 

no sorriso raso esconde um sentimento profundo

no coração sobeja solicitude

jairo azevedo 

disfarçando as evidências

disfarçando as evidências 

quando se quer disfarçar o choro

o melhor lugar para chorar

é no meio da tempestade

onde o líquido salgado das lágrimas

 se mistura com o doce líquido da chuva

e de quebra 

se lava a alma 

jairo azevedo 

texto desabafo anti social sobre o frio intenso que está fazendo em são paulo cujo tema é maior que o próprio texto

texto desabafo anti social sobre o frio intenso que está fazendo em são paulo cujo tema é maior que o próprio texto

não precisa me dizer que está frio

eu já estou ciente

obrigado

de nada

jairo azevedo 

julgue minha alma

julgue minha alma

na balança de horus

meu coração 

é mais leve que uma pena

ou não 

 

no grande trono branco  de cristo

no juízo final 

meus pecados 

são mais alvos que a neve

ou não 

na mente dos humanos 

diante de seus pensamentos

minha alma 

já está sentenciada 

jairo azevedo 

palavras soltas ao vento

palavras soltas ao vento

palavras cortantes como uma verdade afiada fora da bainha que corta a razão e a lucidez com um único golpe

expondo desnudamente a incontestabilidade como as vísceras da justiça

palavras que não fazem curvas e são mais rápidas do que a menor distância entre dois pontos em uma reta

palavras que incomodam e são inimigas ferrenhas das desprezíveis mentiras massageadoras de egos

e onde está a fonte de tão nobres palavras

e sabeis ao menos o nome do portador

não

não sei

eu que vos pergunto

jairo azevedo 

dominador

dominador

queria dominar a arte de colocar em palavras minhas mais fortes emoções

dores 

alegrias 

decepções 

desamores 

ser capaz de fazer as pessoas se identificarem

sorrirem 

chorarem 

mas 

enquanto não domino

vou escrevendo o que me vem na mente

com um contentar descontente

como diria luís de camões 

régio dominador de palavras

jairo azevedo 

busque conhecimento

"busque conhecimento" 

"mas

mestre

quanto mais aprendo mais continuo sem saber"

"mas este é o propósito

estudamos para ter novas dúvidas

não para saber tudo"

"e até quando terei que estudar"

"o aprendizado é como uma mola infinita que precisa ser continuamente puxada até que se torne uma reta"

"mas isto é impossível" 

"exatamente" 

jairo azevedo 

vendo uma alma

vendo uma alma 

usada

cansada

ansiosa

inquieta

porém

bem flexível

mente aberta

provocativa 

divertida

ágil

e um senso de humor único

preço único

pagamento a vista

dinheiro vivo

não aceito pix

motivo da venda

estou mudando

e mudanças custam muito caro

jairo azevedo 

dois polos

dois polos 

nunca serei capaz 

de tentar te medir

minha incógnita indecifrável 

você é oceano profundo 

o caos no fim do mundo 

você é única na multidão

a dúvida e a razão 

minha infinitude 

de mistérios 

de desejos 

de segredos 

de improbabilidades

que leva meu ego

à eterna vaidade

jairo azevedo 

inquietudes da alma

inquietudes da alma 

o ser humano nasce bom

e a sociedade o corrompe

não

não

mil vezes não

o ser humano é mau desde sua origem

e a maldade sempre o acompanhou

não

não

mil vezes não

quem sou eu

onde estou eu

para onde irei eu

responda

rápido

meu tempo está acaband

jairo azevedo 

pó branco

pó branco 

estou viciado no pó branco

milhões de pessoas morreram por causa dele

milhões de pessoas foram e são escravizadas por ele

é um terrível mal do mundo ocidental

tento largar o vício

mas a abstinência é terrível 

e sempre sofro recaídas 

até quando a sociedade irá igorá lo

maldito açúcar 

jairo azevedo 

estilo insano

estilo insano 

não sou nenhum saramago

nunca serei

nem almejo ser

mas

todavia

entretanto

maiúsculas e sinais de pontuação

nos meus textos literários

não mais usarei

talvez

o quebrar das linhas

será minha vírgula

sempre

o saltar das linhas

será meu ponto

e tenho dito

jairo azevedo 

QUEM SOU

Eu sou a flecha já esticada no arco

Pronta para ser lançada

Mas sem pressa procuro o centro do alvo

Sei que não preciso me precipitar

Pois o alvo não sairá de lá

E quando os olhos do alvo estão fitos no meu

Lanço-me em sua direção confiante

Determinado 

O tempo que levou para acertar a mira

Foi irrelevante

O tempo que levará para atingir o alvo é frio 

Sem medos

A certeza de que vou atingi-lo

Aniquila todos os temores

Eu sou o Tudo e o Nada

A Ordem e o Caos

Brisa suave por fora

Furacão por dentro

E quando Tudo explode

Eu me escondo no Nada

Ando na corda bamba vendado

Entre a sensatez e a loucura

Equilibrando-me na tangência da razão

Beirando a circunferência da emoção 

Eu sou uma incógnita indecifrável

E a quem ousar me decifrar

Eu aplaudirei de pé

E a quem conseguir

Serei eternamente grato

Na Matemática 

Sou equação sem solução 

Em Português

Sou texto sem regras de pontuação 

E ponto final

Jairo Azevedo

SONHO ETERNO SONHO

Em um angustiante ciclo estava eu.

Estar perdido é terrível,

Mas pode-se procurar a saída.

E quando está perdido dentro de si,

O que fazer?

Visto que é impossível transpor-se para além 

dos limites do seu consciente particular.

E lá estava eu,

Preso dentro do meu eu,

Em um looping infinito.

Ora tendo a visão de um personagem do meu sonho sem fim. 

Ora tendo uma visão panorâmica.

Sentia-me como a Terra girando em torno do próprio eixo.

Sem rumo. Sem propósito.

Tentando inutilmente o meu Despertar,

Mas a Força não estava comigo.

O que diria Freud?

Que é um desejo oculto ou um trauma?

Por fim, em um dos ciclos o eixo quebrou e eu escapei,

Não sem antes ter uma visão geral,

E,

Perceber que há infinitos maiores que outros

E o Despertar é só mais um ciclo.

Jairo Azevedo

MÁSCARA SOBRE MÁSCARA

Eu vejo máscaras em todo lugar. 

Máscaras tapando caras.

Máscaras tapando queixos. 

Máscaras escondendo narizes empinados. 

Pessoas deixando suas máscaras caírem. 

E por uma sarcástica ironia do destino 

Nunca vi tantas pessoas desmascaradas, 

Seja por idiotamente se acharem imunes, 

Seja por serem desprovidas de inteligência 

Ao ponto de deixarem provas explícitas 

De seus atos eticamente ilícitos. 

Celebridades que outrora eram ídolos intocáveis. 

Adoradas do alto de seus tronos nascisistas 

Estão sendo "canceladas" nas redes sociais 

Conhecidas em um passado recente por Massagiadoras de Ego. 

Agora molham suas máscaras do líquido salgado chamado lágrima. 

Por descobrirem que são apenas fétidos mortais

E de estrelas nada são,

Apenas o pó! 

Assim como seus mesquinhos adoradores. 

O Planeta Terra está doente 

De uma doença contagiosa e desumana. 

De um vírus chamado Humanos! 

Jairo Azevedo

PARADOXAIS ALMAS TANGENTES

Temos tanto em comum que chega a ser assustador. Entretanto, são nossas diferenças que nos atraem. 

Humanas e Exatas se abraçam. 

Falar com você é um constante aprendizado. É como despir minha alma vagarosamente até desnudá-la plenamente. Tornando assim meus defeitos explícitos.

Você me faz bem. Despoja minhas fraquezas e me faz querer ser uma pessoa melhor e me encoraja a enfrentar meus medos. Por isso dialogar com você é tão libertador.

É tão incitante quando aprendemos algo um com o outro. 

Não gosto de conversar com você por termos tanto em comum. (Isso seria insípido. Sem química!).

São nossas poucas diferenças que nos atraem de uma forma poética.

Calvinistas e arminianos nunca entenderiam essa ligação paradoxal de nossas almas, que é inexplicavelmente tão tangencial e ao mesmo tempo tão profunda.

Desejo ardentemente que um dia esta ligação seja tão indivisível quanto a alma e o espírito, ao ponto das pessoas não saberem diferenciar se somos dois ou um. 

Jairo Azevedo 

INDECIFRÁVEL

Há uma linha tênue entre nós.

Um sentimento indecifrável.

Uma intersecção sutil que conecta nossas almas. 

Quando estou perdido mergulho em seus olhos

E me perco ainda mais.

Penetro seu sorriso 

E vejo uma poesia (ou poema).

Daquelas(es) que nunca se sabe o significado.

Falar com você é um autoconhecimento

E ao mesmo tempo um mistério.

Não sei o que sinto.

Nem o que sentirei.

Não sei se quero descobrir.

Dialogar com você é...

É como alimentar um animal ferido.

Indefeso, porém assustadoramente selvagem.

Sinto que ele fica cada dia mais forte,

Pois ele não se alimenta de falsas esperanças. 

Ele se alimenta de afeto

E de uma sincronia exótica. 

E isso é uma mistura homogênea do bem e do mal. 

Temo pelo dia em que ele irá se curar

E não teremos mais domínio sobre ele. 

E o animal selvagem poderá fugir, 

Por não conseguirmos domesticá-lo. 

Porém, meu maior temor é

Nenhum de nós sentirmos a falta dele.

Jairo Azevedo 

ALPINISMO EXISTENCIAL

A alma é um desconhecido relevo

Extremamente irregular. 

O pensamento é um Alpinista 

Consciente que nunca irá descancar. 

O pico de uma montanha 

É o clímax da felicidade. 

E lá ele desejaria eternamente estar. 

Lá, o Alpinista observa o Mundo 

E vê um fato incontestável:

Entre duas montanhas 

Sempre haverá um vale. 

Mas há um atalho:

Corda bamba! 

Ele não tem medo de altura. 

As profundezas o assustam mais. 

Na cara do perigo 

Ele dança!

De olhos vendados 

Ele dança!

Sobre a corda bamba

Ele dança!

Entre as montanhas

Ele dança!

Sobre o vale da sombra da morte

Ele dança!

E se pisar em falso?

Ele dança!

Jairo Azevedo

O QUE UM QUARTO DE EMPREGADA TEM A NOS DIZER?

Li em uma notícia publicada pelo Portal UOL que ricos brasileiros atraídos pela segurança, clima agradável e imóveis baratos em Portugal estão cada vez mais se mudando para o país europeu.

Porém, o que mais me chamou a atenção foi o fato das construtoras portuguesas terem que adaptar os imóveis para os clientes brasileiros. E essas adaptações são, no mínimo, bizarras: construção de quartos de empregadas e área de serviço com direito a elevador de serviço distinado aos prestadores e empregadas domésticas.

Sim, em pleno século XXI ainda somos obrigados a ter estas notícias vergonhosas. O que prova que o racismo e o preconceito de classe não mudou, apenas se adaptou. Como questionador nato que sou fiz a seguir algumas perguntas para nossa reflexão:

Por que os ricos do Brasil obrigam suas empregadas domésticas (na maioria das vezes babás) a usaram uniforme em público? 

Por que os elevadores de serviço destinados às empregadas domésticas ainda existem? 

Por que as empregadas domésticas só almoçam depois dos seus patrões? 

Por que os ricos ainda hoje têm em suas casas quartos e banheiros de empregadas? 

Qualquer semelhança entre uma Mansão com Quarto de Empregada e uma Casa Grande com Sensala é mera coincidência?

EU VEJO UM MUNDO INJUSTO

Eu vejo um mundo injusto aonde os oprimidos defendem com a própria vida os opressores.

Eu vejo um mundo com inversão de valores.

Eu vejo pessoas dando passos largos para abraçar seus carrascos, se ajoelhando e agradecendo por todo o sofrimento por eles causado.

Eu vejo pessoas tentando abrir os olhos dos oprimidos e os oprimidos se voltando contra essas pessoas.

Eu vejo seres humanos manipuláveis que sofrem todos os tipos de abusos físicos e psicológicos e de tanto sofrerem estão aprisionados no próprio sofrimento e mesmo que no âmago da sua alma desejam a liberdade não encontram forças para lutar.

Eu vejo seres humanos manipuladores que tratam os outros como objeto, posse ou troféu. São assustadoramente desprovidos de empatia e sugam até a última gota da energia dos outros.

Eu vejo os oprimidos levando flores para agradecer seus opressores.

Eu vejo os opressores jogando essas mesmas flores em cima dos túmulos de seus oprimidos de estimação.

Por isso minha alma chora lágrimas de sangue.

Até quando verei tanta injustiça?                                                              

DECLARAÇÃO DE AMOR

Minha musa inspiradora, como te amo! 

Antes de ti a história não existia. E não exagero quando digo isto, ó minha musa.

Por milhares de anos passastes entre os homens e deixaste registrado o quanto são cruéis e gananciosos; e amantes da guerra. 

Passaste pelas mais ricas e poderosas civilizações antigas, e deixaste tua marca, e através de tua marca o passado se manifesta no presente. 

És a dádiva do passado para o presente e o presente para o futuro. 

És imortal e portadora de um conhecimento progressivo; e infinito; e altruísta; e inesgotável.

Perdoai os homens, sim perdoai; eles não sabem o que fazem quando a usas para manipular a história; quando a usas para ofender o próximo. 

Sem ti este texto não existiria.

Minha musa inspiradora, como te amo... 

Ó poderosa Escrita.